quinta-feira, 9 de julho de 2009

Burkina NTIC - 3° dia

Hoje foi um dia de muitas informações e contato com os burquinabeses!

O Pierre saiu cedo para Dédougou. De manhã veio em casa a moça que vem lavar a roupa deles com a sua bebê (8 meses) e a sua irmã mais nova (uns 13 anos). Quando a Justine (mãe) trocou a fralda da Francesca, percebi que ela tinha uma cordinha de palha na cintura, como se fosse um cinto. Justine explicou que essa corda é colocada nos bebês assim que eles nascem e eles usam durante todo o período que estão amamentando. Se entendi bem (porque às vezes é difícil entender o francês deles) o cordão é usado para que o ciclo menstrual da mãe volte ao normal e o seu organismo funcione bem enquanto ela amamenta sem perder muita força.

Fomos no CCF - Centro Cultural Francês - encontrar o Florent, o Will e o Richard para entregar os presentes que a Fany pediu (colega do trabalho do Eric que morou aqui 2 anos). Foi um papo muito legal e eles foram muito simpáticos com a gente, acho que vamos nos encontrar mais vezes quando estivermos aqui em Ouaga.

No final da tarde tivemos um encontro com o Professor Silvestre, ele trabalha na Universidade de Ouagadoudou e é o coordenador do Burkina-NTIC, um portal sobre o uso das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação em Agricultura, Meio Ambiente, Saúde, Educação, etc. Nos encontramos num posto de gasolina e ele nos levou para a sede de carro. Nos reunimos com ele e a Roukiahou, que deve ser a secretária dele. Foi um papo muito bom, ele deu importantes dicas para o Eric, falou um pouco de sua experiência e se colocou totalmente à disposição para ajudá-lo. Além de ser professor universitário, ele está muito bem informado sobre a realidade dos agricultores e recebe muitos pesquisadores de fora, isto é, uma pessoa que pode ajudar muito no trabalho que viemos fazer. Ele é muito simpático, acessível e sem vaidades. Eric estava um pouco tenso antes dessa reunião mas a conversa fluiu muito bem com ele. Nos sentimos tão à vontade que eu também aproveitei a ocasião para falar do meu trabalho e que gostaria de ajudar em alguma coisa. O retorno foi mais que positivo, ele me convidou para fazer oficinas com os professores sobre a minha experiência de uso das TIC e me convidou para participar da lista de discussão deles. Ele nos passou o contato de pessoas interessantes tanto para o trabalho do Eric quanto para o meu e nos apresentou para o professor que coordena os trabalhos sobre educação do portal. Enfim, fomos muito bem recebidos e sentimos que as portas realmente estão abertas para trocarmos experiências.

Foi um dia de muita informação e descoberta. Aprendemos um pouquinho mais cada vez que conversamos com alguém daqui, uma simples resposta nos um "sacode", acho que temos muito o que aprender com esse povo, mais do que eles poderiam conosco! As pessoas são muito simples e acessíveis.

Algumas do dia: o professor foi nos buscar no posto de gasolina com o carro dele, um carro antigo que estava sem o banco de trás. Ele disse que ia chamar alguém pra vir buscar o Eric e ele me levava de carro; falamos que não era necessário e ele deu um jeito para o Eric sentar. Mas, à noite, quando saímos da sede tinha um rapazinho colocando o banco no carro. Tenho pra mim que enquanto conversávamos com os outros professores ele providenciou o banco para nos deixar em casa e nos deixou bem na porta! Demais ?

No papo de volta pra casa ele nos explicou como funcionam os táxis aqui. Não tem outra forma para andarmos por aqui e não é fácil! Os motoristas perguntam para onde vamos, alguns dizem simplesmente que não vão nos levar e outros cobram muito caro e isso às vezes depende se pegam estrada de terra ou não. O Professor Silvetre nos explicou que para o serviço ficar mais barato, Ouaga foi dividida em eixos e que os táxis fazem caminhos específicos dentro desses eixos, como uma linha de ônibus. Por isso, eles vão parando até encher o carro, podem recusar de te levar e cobram preços diferentes... para nós brancos geralmente é mais caro, temos que negociar o tempo todo com eles.

Hoje, enquanto esperávamos um táxi demos uma caixa de chiclete para um garotinho, não tinham muitos mas ele ficou contente, abriu a caixa e mordeu um pedacinho! Umas crianças também vieram pedir para tirar fotos delas, felizes da vida!