domingo, 8 de novembro de 2009

Zaba

O que vamos contar aqui vai ficar incompleto porque a missão dessa "viagem" ainda é segredo, vocês vão ficar sabendo mais tarde!

Hoje nosso amigo Fidèle nos levou em Zaba, à 50 Km (+ ou -) de Dédougou. Fomos e voltamos de manhã mesmo. Sair com o Fidèle sempre tem novidade! Para começar, chegamos às 7h30 na casa dele e saímos por volta das 10h! Ele primeiro liga para uma das filhas dele para pedir a moto emprestada, ela chega um tempo depois e como não sabia que era para pegar estrada, disse que não dava. Então o Fidèle insistiu que precisava de uma moto e sugeriu que fosse com a moto do namorado dela. Vão buscar a moto, depois vamos encher o tanque. Enfim, nenhuma pressa mesmo. Mas o que ficou claro pra gente é o seguinte: o "velho" manda, é mais ou menos "preciso e é agora" e os filhos ou os mais novos que se viram!!! Até o tom de voz muda quando é feita a "solicitação". Um exemplo rápido: quando estávamos saindo, ele volta em casa para perguntar com qual combustível tem que encher o tanque da moto. Estávamos ainda perto da casa dele e ele avisa "vou voltar para perguntar e encontro vocês no posto". E nós: "Te esperamos aqui mesmo, é melhor !?" Ele responde Ok e depois liga para o celular perguntando onde a gente estava porque ele estava no posto. Ai ai esse Fidèle!

Ok... voltando de Zaba (suspense!) a gente parou em Soakui (fica mesmo perto de Dédougou) para o Eric agendar uma visita com o Felix. Felix é um agricultor com quem o Eric vai começar a trabalhar, muito amigo do Fidèle. Ele estava em Apirikui, outro vilarejo que fica do outro lado da rua, bebendo o dolô "folclórico de domingo"! Ele foi encontrar a gente na casa dele mas depois nos convidou para beber um dolô também.

A cena é típica: embaixo de uma grande árvore, sentados em troncos com baldes e cabaças em volta. Conversa vai, conversa vem... e um senhor que estava na roda relembra de um funeral que Fidèle e Felix estavam... mais de 10 anos... tocando e dançando. Então comentei que pra gente não é comum ouvir música, muito menos "fazer batucada" num dia de funeral e nem pensar em dança! E Felix diz:
"Ah,mas pra gente, depois dos 70 anos, se não tiver dança e música no funeral de alguém, é como se essa pessoa não tivesse vivido, não tivesse feito nada na vida, não tivesse tido progenitores..."
Eles disseram que quando uma criança ou um jovem morre é diferente, não se faz nada porque ai sim é doloroso, "a pessoa não chegou a viver uma vida".

Outra coisa legal é tirar foto... vejam no álbum!